A poética do olhar que não mais “traduz” ou “apresenta”, mas que compartilha e multiplica. A história dos meus, dos seus, contada por um dos nossos. As narrativas curtas de Ronald Lincoln são um passeio de cria pelas comunidades: o papo sagaz na barbearia, as risadas das crianças no campinho, os correrias que estudam e trabalham, a tia da igreja, a passista, o drible diário na morte. E, é claro, também a violência, a opressão, o crime. Está tudo aí, toda a riqueza de um território potente em seus sonhos e cheio de vida, para bugar a cabeça de quem só vê ali ausência e morte.