É assim que Ana Fátima se revela, e se inaugura, na condição de mulher baiana, afro-brasileira, poeta mulher preta que escreve, e escreve a boa poesia, autêntica, consciente do seu compromisso coletivo. Presenteia-nos com o sagrado que há em si, e nos transporta por dentro de estranhas imagens do seu mundo, são águas da fé, corpos fluidos, liquefando a vida. Sua voz é preta, ancestral, e chega com força demarcando com legitimidade a sua identidade. Nessas águas poéticas correntes, escorrem direitos à sua profissão na área das letras, escorrem sexualidade, a liberdade, o prazer, a maternidade, a musicalidade, a ancestralidade, as memórias religiosas e o amor.

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